Esse artigo foi publicado primeiramente no Blog do Inglês Na Rede. O Renato Alves que concedeu essa entrevista sobre como aprender inglês por conta própria, pediu para eu falar sobre um assunto importantíssimo no site dele: o inglês para turistas brasileiros que visitam os EUA.
Há muitos brasileiros que pensam que aprender inglês é bobagem, mesmo se um dia eles forem visitar os Estados Unidos de férias.
Um detalhe importante a lembrar é que inglês é que nem o Latim da antiguidade, ou seja, se você visitar um país onde o idioma local é outro, você provavelmente encontrará alguém que fale inglês. Ou se você falar inglês vai se virar bem melhor do que turistas sem conhecimento algum dessa língua.
Tem gente que se gaba de ter vindo para cá sem falar nada e que se “virou” muito bem por aqui. Costumo duvidar dessas estórias pois já vi diversas situações bobas, e até certo pontos engraçadas, envolvendo brasileiros que não sabiam nada ou quase nada de inglês se desenrolarem bem na minha frente.
Percebi também que a maioria das outras nacionalidades que aqui estão dão um jeito de entender pelo menos o intermediário de inglês para poder se virar. Antes de você se perguntar se ajudei os brazucas envovidos, não se preocupe que dei uma mãozinha para eles e os demais tiveram ajuda de pessoas próximas também.
Porém estou ciente de que de situações desse tipos poderiam ter sido evitadas e menos complicadas se as pessoas em questão soubessem falar inglês bem e entendessem o idioma (por que em alguns casos eles sequer entendiam as regras que estavam diante dos olhos deles, em vermelho e em letras maiúsculas).
E se não souberem a língua que pelo menos procurassem entender um pouco da cultura americana (há muitas coisas que são OK para fazer no Brasil mas não nos EUA).
Vou ilustrar onde você vai precisar e por quê você precisa saber a língua inglesa:
Como saber inglês ajuda na alfândega:
Assim que você chega nos EUA precisa saber falar inglês bem para se explicar. Já presenciei pessoas sendo escolhidas a dedo pelos oficiais de imigração ainda na fila recém saída do avião para explicar porque estavam entrando no país e eles não sabiam como fazer isso. Às vezes a pessoa falava inglês básico, mas como a situação dela era mais complexa ela se enbananava, o que faz com que os oficiais fiquem ainda mais desconfiados desses indivíduos.
E daí? Você pode ser barrado ou ter que voltar para casa por causa de um mal entendido gerado por não saber inglês suficiente.
Como saber inglês ajuda no taxi:
Para explicar para onde você vai sem ser enrolado. Turistas e pessoas de fora recém-chegadas são prezas fáceis para taxistas sem escrúpulos.
Como saber inglês ajuda no hotel:
Para confirmar que seu quarto é o que você queria mesmo, para reclamar quando preciso e exigir o que te foi prometido quando você fez sua reserva.
Como saber inglês ajuda em lojas:
Muitos brasileiros, senão quase todos, vem para cá com o objetivo não somente de relaxar – eu até excluiria relaxar do roteiro de viagem deles justificado pela quantidade de tempo que eles passam fazendo compras aqui 😀 – mas de comprar.
Você precisará de inglês para comprar os produtos certos, para devolver e/ou trocar produtos. Você precisa entender a política de trocas e devoluções da loja, sem ler e entender inglês como é que você vai ter certeza dos seus direitos de consumidor por aqui?
Às vezes será necessário reclamar de algo para o gerente ou com os funcionários da loja ou ainda para não passarem a perna em você simplesmente por ser um turista. Você não estará imune disso por estar nos EUA. Há gente sem vergonha em todo planeta.
Posso citar o caso de uma pessoa que disse ter passado um aperto pois não tinha lido o anúncio de que não se pode levar mercadorias dentro do banheiro da loja e o guardinha pegou no pé dela pois pensava que iria roubar os produtos. Virou um auê desnecessário.
Como saber inglês ajuda em restaurantes e etc:
Como é que você vai pedir a comida certa sem saber falar inglês? Ou será que você pensa que os menus daqui estarão em português?
E daí tem sempre alguém que me diz “mas os menus tem fotos e números”. Nem todos menus daqui tem figuras ou números para facilitar o pedido.
Em muitos restaurantes casuais americanos, você cria seu pedido do jeito que quer. Quando chega sua vez na fila você tem que listar todos os ingredientes ou tipos de comida do prato. Alguns restaurantes sequer listam os preços dos pratos no menu!
Se você pensa que com nada de inglês consegue entender o que atendentes de drive-thru falam então, sugiro que você tente fazer isso e me conte como foi sua experiência depois 😉
Você viu esse vídeo no youtube? Se não viu, recomendo. Ilustra bem o que pode acontecer:
Como saber inglês ajuda na hora de se divertir:
Guias em parques serão nativos e falarão inglês (no máximo espanhol e olhá lá) praias e parques tem regras e se você não souber ler inglês poderá violar algumas das mesmas e até entrar em confusões por causa disso.
Alguém pode chamar o segurança, ou até a polícia dependendo de que regra você violou e daí? Confusão na certa. Usar a desculpa de que você “não sabia” não cola nos EUA.
Ou como é que você vai fazer aquela aula de certificação em mergulho, por exemplo, se você não entende bolhufas do que o instrutor está dizendo? Situações assim podem ser até perigosas.
E espero que eu nem precise dizer que é estritamente necessário que se aprenda inglês quando se deseja morar, estudar e trabalhar aqui, preciso?
Quem é que consegue entrar numa universidade americana (para acumular créditos e tirar diploma) sem falar nada de inglês?
Ou que consegue fazer uma apresentação para o chefe americano e todo escritório sem saber falar a língua?
E o mais importante – como saber inglês é preciso numa emergência:
Isso sem dizer que, como americanos dizem aqui God Forbid (Deus nos livre) de algo inesperado acontecer e você, sem saber falar nada de inglês está nos EUA, precisa tomar uma decisão rápida e/ou ajudar alguém ou ainda pedir a ajuda de alguém.
Algo tipo uma emergência médica ou acidente ou qualquer incidente mais sério e/ou grave?
Mesmo se você não esteja envolvido no incidente diretamente você pode ter que conversar com autoridades e explicar o ocorrido.
O seguinte aconteceu com uma conhecida minha: Alguém bateu no carro dela e ela estava com razão, a partir do momento que o americano que dirigia o outro carro percebeu que ela tinha sotaque, tentou colocar a culpa do acidente nela.
Dizendo que ele era policial aposentado, tentando assim intimidá-la, insunuando que ela estava aqui ilegal (o que não é o caso dela) e que por isso ela tinha que ficar quieta. Só faltou ele pedir para ela mostrar o green card para provar o status imigratório dela.
Ela teve que telefonar para o marido dela, que é americano, e quando o ele chegou no local do acidente, o tom do malandro que bateu no carro dela mudou completamente e ele teve que pagar pelos estragos no carro.
Ela vive aqui há anos e fala o idioma bem, mas um estranho percebeu o sotaque dela (só o sotaque dela!) e assumiu que ela estava aqui ilegal e quis tirar vantagem da situação. Imagine se ela não falasse inglês? Ele ia deitar e rolar.
Se ela não conhecesse a cultura daqui (ou seja, se não soubesse o que fazer numa situação dessas e como são os procedimentos a serem tomados depois de um acidente de carro) e se não tivesse ajuda do marido dela, ela ia acabar tendo que assumir a culpa de algo que ela não fez, iria perder pontos na carteira e o valor do seguro do carro dela iria aumentar.
Seria ingênuo pensar que um tipo de situação dessas não aconteceria só por que você está de férias no exterior.
Enfim, deixar de aprender inglês antes de vir para os EUA é que nem dirigir sem ter tirado a carteira.
Você pode até entender alguns dos sinais de trânsito e algumas regras básicas de como manejar um carro e achar que só isso será suficiente para você sair dirigindo numa boa, mas isso não garante que você vá dirigir bem numa interestadual americana na rush hour.
Já passou por (ou presenciou) alguma situação apertada nos Estados Unidos (ou em outro país de língua inglesa) por não falar muito ou nada do idioma? Compartilhe sua experiência conosco nos comentários abaixo.
Para quem tem mediadas intenções internacionais , de fazer turismo, negócios ou estudos, o aprendizado de Inglês e espanhol são fundamentais.
Infelizmente o mundo lusófono é pequeno, com o Brasil liderando , embora pouco expressivo, Portugal adorável porém minúsculo e alguns países africanos e asiáticos de menor quilate.
Acho que deveria ser mais um requisito escolar básico, visto que o mundo é cada vez mais conectado.
Eu tenho em inglês, um vocabulário de uma criança de 7 anos, que se amplia um pouco quando visito os EUA, com a imersão.
Mas vou me dedicar mais, já que até profissionalmente é fator excludente.
E tenho reais pretensões de me radicar quando me aposentar, nos EUA ou Canadá.
Oi Lu.
Na última viagem que eu e minha família fizemos aos Estados Unidos, vimos uma situação assim ao retirar o carro na locadora.
O pai da outra família tinha um inglês bem básico e estava tendo dificuldades em se comunicar. Chamaram um atendente que falava espanhol, mas não ajudou muito.
Por isso, a máxima que as pessoas dizem, “mas na Flórida todo mundo fala espanhol”, nem sempre ajuda, pois quando eles falam espanhol rápido, não é tão fácil de entender.
Noto também, que às vezes, as pessoas saem do Brasil achando que falam bem inglês, mas no vocabulário de dia a dia, de coisas de supermercado, posto de combustível, se enrolam.
Abraços!!
Olá Daniela. Muito obrigada por partilhar sua experiência conosco! Pois é, uma coisa que nós geralmente pensamos quando estamos no Brasil é que espanhol é espanhol, mas além do que você citou da rapidez há o porém de onde é o espanhol. No Brasil estamos acostumados com o espanhol argentino, uruguaio (eu pelo menos pois morava no Sul do país) e até da Espanha ou daquele ensinado nesses parâmetros nas escolas de idiomas, mas aqui tem gente de tudo que é parte das Américas, o espanhol mexicano é diferente do cubano que é diferente do colombiano que é diferente do venezuelano e do chileno e assim por diante. Dependendo de qual desses nacionais você encontra e tenta falar no idioma a coisa muda drasticamente até para quem saber falar! 😀
Abraços e volte sempre!
Olá Marco Antonio, corra trás! Sucesso nos seus estudos e obrigada por participar sempre.